1º Festival de Teatro José Ronaldo Faleiro oferece programação gratuita

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Ícone das artes cênicas em Santa Catarina, José Faleiro terá um festival em sua homenagem: 1º Festival de Teatro José Ronaldo Faleiro. O evento será de 9 a 13 de março no Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e é uma oportunidade para conhecer montagens recentes na produção contemporânea de Florianópolis e outras ainda inéditas ao público. A iniciativa é do Grupo de Pesquisa Teatral Aqueles Que Dizem Não.

Produção contemporânea em cena

Estão programadas 12 apresentações teatrais e uma exposição/instalação da Companhia Mosca Teatral. Todas as atividades são gratuitas. A retirada dos ingressos ocorrerá uma hora antes, nos locais das apresentações.


Conheça os espetáculos

A Cantora Careca

A montagem de 2019 do curso de Teatro da Udesc leva para a cena o universo de Eugene Ionesco, escritor e dramaturgo francês (1909 – 1994). A Cantora Careca é uma obra pertencente à corrente batizada de Teatro do Absurdo, e se caracteriza pela linguagem verbal non sense e sua
veia irônica, levando os personagens a diálogos absurdos que impossibilitam a comunicação entre os mesmos.

Alongamento em Sol Menor

Alongamento Sol Menor é um solo onde se vê um corpo buscando uma ideia em dança. Em uma linguagem pós-dramática, as melodias e ruídos que passam pelo corpo do ator embalam junto aos objetos e tecidos, a trama dessa dança que é um trabalho solitário em público. O espetáculo propõe diálogo entre a improvisação em dança e o teatro autobiográfico, passando pelos principais estilos coreográficos que fazem parte da pesquisa de Vinicius Huggy: a dança expressionista e a performance  contemporânea.

Arapuca

Arapuca é o corpo transgênero não-binário em cena. Baseado na obra de Paul B. Preciado, questiona as leituras do eu frente ao outro em relação a performance do corpo e o papel do gênero no ser e no estar na atualidade.

Até a próxima esquina

Até a próxima esquina cria imagens que pontuam e constroem agenciamentos para o coletivo, apresentando como ação central o desejo de se relacionar, de criar alianças e negociar. Os corpos se movem como um, encontram os sinais e pistas por todas as partes. São olhos, orelhas, focinhos, todos funcionando em conjunto. É desta forma que se misturam, se espalham, se estendem por onde passam e vão criando territórios. Como um bando, cardume, manada e enxame criam linhas de fuga para outros fluxos de desejo que sempre vazam para um outro território. Extrapola a cidade, extrapola o lugar e cria zonas autônomas temporárias. Até a próxima esquina ocupa, invade, acontece nas bordas e come pelas beiradas.

Cabaret Casa de Tolerância

O Cabaret Casa de Tolerância é um night club fictício de striptease New Burlesque, onde os performers vão mostrar muito além de seu corpo burlesco. Strippers decadentes, advogados corruptos, operários à
beira de um ataque de nervos, dançarinas desesperadas, cantoras gospel em crise e diretores extravagantes dividem com a plateia suas confissões em formato de striptease. Esta pesquisa começou em 2014 como projeto para a disciplina de Direção Teatral I e II, ministrada pelo professor José Ronaldo Faleiro, durante a graduação em Artes Cênicas do diretor Marlon Spilhere. O Cabaret já se apresentou em diversos espaços alternativos e em 2019 retomou seu trabalho trazendo o work in progress em New Burlesque de volta para os palcos da cidade.

Coro dos Maus Alunos

O espetáculo é baseado no texto do dramaturgo português Tiago Rodrigues (2008) e tem como tema a escola, refletindo sobre as relações de poder e as tensões inerentes ao ambiente escolar que envolve professorxs, alunxs, diretorxs, pais e mães em um complexo jogo de relações humanas e institucionais. Trabalhando aspectos de encenação como a coralidade, a musicalidade e o trabalho sobre objetos tipicamente “escolares”, a encenação pretende dialogar com o universo adolescente na escola, retratando estes maus alunos com a complexidade latente que o tema “escola” evoca nos tempos atuais.

Devir Cão

A peça propõe uma reconstrução artística do personagem histórico Diógenes de Sinope, filósofo da Grécia antiga e maior expoente da escola de pensamento conhecida como cinismo. Diógenes é conhecido até hoje como o filósofo mais maluco, irreverente, folclórico e ousado da históra, ele empreendeu sua vida numa luta incansável contra os valores e instituições de uma sociedade que considerava corrupta. Vivendo em pobreza extrema e voluntária, seus únicos bens eram um manto velho, um cajado e um alforge. Diz-se que costumava passar as noites dentro de um barril, e era pejorativamente chamado de “cão”, pois morava nas ruas, tal como os cães, desprezando os bons hábitos e as convenções sociais.

Dócil Pérfida e a Verdadeira Fiel

Dócil Pérfida e A Verdadeira Fiel emerge a partir de um processo dramatúrgico feminista e fala dos lugares dados e mantidos nas visualidades e escutas sociais. Enquanto mapeamentos poéticos do lugar de fala da própria atriz, Thaís Gonçalves Santo, sob direção e adaptação de Camila Harger Barbosa, a peça propõe complexificar dois opostos perfis de uma mesma mulher, quase nunca sendo totalmente verdadeiros em suas utopias. Problematizando as contradições da macro política de extermínio dos corpos no contexto nacional, com intuito de promover diálogo e fruição artística com os espectadores, bem como consolidar a experimentação teatral em formação da atriz e dramaturga e da diretora, dramaturga e produtora. Um trabalho feito por mulheres.

O Congresso bruxólico

A peça é inspirada pelo livro O fantástico na ilha de Santa Catarina do escritor e antropólogo Franklin Cascaes e traz para a cena elementos da cultura de Florianópolis, como a pescaria, o mar e o pescador, bem como as histórias fadóricas envolvendo as bruxas, o diabo e as crendices populares. Na peça, as bruxas roubam uma lancha baleeira e partem em direção às Índias. Durante o caminho realizam inúmeras estripulias até o cantar do galo, que indica que devem voltar ao seus estados normais de vida, a não ser que queiram ser bruxas para sempre.

SignO-Peste

Um mundo sem fundo. Cornucópia. Tebas sem homens que oprimam as mulheres. Ator que substitui e é substituído por Artaud. SignO_peste: ANTÍgona é um remundo com conexões que criam eixos possíveis da existência que sobressaem a dualidade das coisas. Diversas Antígonas. Nenhum políticomito-corruto. Signo peste propõe a arte relacional como o primevo encadeamento das coisas e das não coisas.

Agende-se

1° Festival de Teatro José Ronaldo Faleiro
Quando: 9 a 13 de março
Onde: Udesc Ceart (Av. Madre Benvenutta, 2.007, Bairro Itacorubi, Florianópolis)
Quanto: gratuito

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