Poemas
Por Sandra Coelho
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Dei graças aquela que vive entre os dias
(noite)
onde o sonho habita sem pecado.
Quando não há tempo,
me faço versos para iluminar a escuridão.
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Que eu seja aquele galho
que da árvore despencou
em desespero
áspero e seco
E que pelo vento
correu em direção à vida
dançou pelos ares
E lá pelas tantas
encontrou
a imensidão do mar
e banhou-se.
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Entrei nos porões da mente
à procura de uma nova alquimia
Desconhecia a cor do cálice
do meu coração
Aos primeiros passos fui veneno
punhal apontado no peito de outro
sem honra ou qualquer tipo de luz
Houve um abismo
entre o velho e o novo
Neste tempo meu coração
precisou doer
para que pudesse ouvi-lo
em toda sua canção
Não estou só.
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Eu e tu – medo
sentados à mesa
Frente a frente
Amarrada à minha fome
de coragem
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Sandra Coelho nasceu em Taió (SC) e vive em Itajaí. É artista, com incursões em Teatro, Artes Visuais e Literatura. Formada em Psicologia, pesquisa o universo onírico enquanto possibilidade de autoconhecimento e matéria-prima para construções artísticas. Autora dos livros Poesia Onírica e Escritos Alquímicos (2014), Pô!Ema – poesia de criança (2020) e editora da revista Provocações Urbanas (arte de rua). Ministra, desde 2012, a Oficina Literária Sonho e Conto (Prêmio Elisabete Anderle 2019), onde trabalha metodologias de construções poéticas a partir dos sonhos. Possui diversos trabalhos híbridos de literatura e artes visuais, dentre eles as performances Có.di.go poema, Pô!Ema e Traçado. É idealizadora do projeto Sonhário – Cartografias do Inconsciente Coletivo (Prêmio Elisabete Anderle 2020), uma pesquisa de sonhos em tempos de pandemia para fins de criação literária, com previsão de lançamento para 2021. Membro do Eranos Círculo de Arte (www.eranos.com.br). Devota de William Blake. Foto: Arquivo pessoal.
Próxima Parada: Chris Mayer
Próxima Parada é o projeto de literatura da Revista Gulliver idealizado pela escritora, jornalista e artista Patrícia Galelli. Um espaço de difusão semanal de pessoas que escrevem em Santa Catarina sem um recorte de gênero, mas da produção num espaço geográfico, livre de estereótipos e que ganha leitores além das fronteiras. É uma viagem para conhecê-las, cumprimentá-las, acessar um recorte do mundo que criam.