Próxima Parada: Beatriz Kestering Tramontin

Compartilhe

Arqueologia da poética

Por Beatriz Kestering Tramontin

Registro evolutivo

Emaranhado áspero da poesia desejada
que implica um começo pela falta demasiada e
não existe tristeza rugosa
nem poesia sem exemplo
que se elucida na alvorada
e não morra no nada.

Presente

Encasacado de complexidades delirantes
todo poema é duro de ser lido
não pelo barulho comunicado, mas
pelos silêncios acordados.

Escavação

Emaranhado áspero da poesia degustada
treta com a falácia rugosa
mentalizando um riso pequeno
o poema, por um dos lados, se importa com as manhãs
enquanto a falácia, inquieta, veste
óculos intelectuais
a poesia usa da arqueologia
para translucidar os fósseis das palavras não
ditas em todas as vozes humanas.

Beatriz Kestering Tramontin é autora-poeta de Território Vazantes (Caiaponte, 2020) e Caixa de Poemas (EdiUnesc, 2014). É mestra em Ciências da Linguagem pelo PPGCL-UNISUL e graduanda em Cinema e Audiovisual pela UNISUL. Foto: Arquivo pessoal

Próxima Parada: Sandra Coelho

Próxima Parada é o projeto de literatura da Revista Gulliver idealizado pela escritora, jornalista e artista Patrícia Galelli. Um espaço de difusão semanal de pessoas que escrevem em Santa Catarina sem um recorte de gênero, mas da produção num espaço geográfico, livre de estereótipos e que ganha leitores além das fronteiras. É uma viagem para conhecê-las, cumprimentá-las, acessar um recorte do mundo que criam.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *