Quinta Maldita terá leitura de 18 contos de Aranhas, novo livro de Carlos Henrique Schroeder

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Foto: Dielin da Silva

No ar desde 2017, o programa de rádio/sarau Quinta Maldita apresenta nesta semana uma edição dedicada ao livro Aranhas, de Carlos Henrique Schroeder, lançado em março pela Editora Record. O episódio vai ao ar no dia 6 de agosto, às 19h, com a participação de 18 pessoas, entre artistas, autoras e autores, amigos e amigas, que emprestaram suas vozes para a leitura de 18 contos e fragmentos da obra.

MAIS SOBRE ARANHAS: leia aqui resenha da obra e entrevista com o autor

O Quinta Maldita foi idealizado pelo professor, músico e escritor Demétrio Panarotto e é realizado por meio de parceria com Marcio Fontoura, da produtora Desterro Cultural. Desde 2017 já foram realizados mais de setenta edições. Pelo Quinta Maldita já passaram inúmeros e inúmeras poetas e artistas da cena catarinense, brasileira, latino-americana e europeia. No formato sarau, a maioria das edições foi realizada em Florianópolis, mas também nos municípios catarinenses de Itajaí, Balneário Camboriú, Chapecó e Rodeio; além de três edições em Porto Alegre. No formato programa de rádio (podcast), além das edições próprias, outras tantas surgiram em parcerias com blogs, revistas e sites (brasileiros e de outros países). Todas as edições estão disponíveis na internet.

Para ouvir episódio desta quinta:

#74 Quinta Maldita | Aranhas
Programa montado a partir do livro de contos de Carlos Henrique Schroeder, 2020, Record.

Ouça aqui: mixcloud.com/quintamaldita ou no canal do Quinta Maldita no YouTube.

01. Fernando Boppré – prólogo;
2. Adriane Garcia – Cara de Diabo;
3. Dennis Radünz – Saltadora de manchas pretas;
4. Eduardo Sinkevisque – De Parede;
5. Patricia Costa moreira – Teia de funil;
6. Marcio Markendorf – Aranhas ciborgues;
7. Patrícia Galelli – tarântula de botas;
8. André Timm – Babuíno comum;
9. Demetrios Galvão – Da Casca de Darwin;
10. Antonio de Oliveira (mano) – Espinhosa;
11. Demétrio Panarotto – e Saltadora (fragmento), Aranha Lobo (fragmento);
12. Armando Liguori Junior – vermelha comum;
13. Cristiano Moreira – Argíope multicolorida;
14. Marina Coelho – Viúva negra;
15. Roberto Panarotto – Espelhos;
16. Paulino Júnior – Boliadeira;
17. Demétrio Panarotto – Teia-dedo-de-luva;
18. Carlos Henrique Schroeder – Golias-comedora-de-pássaro
19. Isadora Krieger – Aranha Lobo (fragmento);
20. Carlos Henrique Schroeder – epílogo;
The Drums – Days

Idealização: Demétrio Panarotto
Edição: Marcio Fontoura
Realização: Desterro Cultural 

Quinta Maldita o que é?

Por Demétrio Panarotto

Quinta Maldita é um programa de versos;
de vozes também;
de várias vozes que se misturam, que se tocam, que criam ranhuras;
vocalizações;
e, importante, de corpo, ou melhor, da relação da voz com o corpo;
daquilo que vem do dizer poético;
da palavra sendo dita, lida, falada, cantada, dançada;
da palavra junto com instrumentos musicais;
junções melódicas ou não;
com ruídos;
um programa de cores e sotaques;
ah, e texturas;
ah de novo, e de crocâncias;
da relação da palavra com quem a ouve, por mais que isso seja uma segunda intervenção;
da distância entre aquilo que se fala e aquilo que se entende;
do verbo respeitando a relação com o branco do papel, mas pedindo passagem em sua forma mais bruta,
às vezes ligeiramente lapidado,
às vezes sóbrio, às vezes ébrio, às vezes completamente ébrio,
caindo da boca, com hálito, com muito hálito,
tomando as ruas, as calçadas, os calçadões, os bares, os botecos, as feiras, os palcos,
sendo amplificado por caixas de som ou simplesmente sendo ditos, berrados, gritados,
brigando com os ruídos da cidade,
ali na cidade bem ali no lugar onde o verbo precisa estar,
não com precisão, daquilo que precisa ser preciso, mas que pode ser um simples balbucio ou um gaguejar;
o mal dito também cabe no dizer;
pode ser do mal falado, mal cantado, mal dançado, mal lido, mas com toda a força do corpo e junto do coração;
das possibilidades e não como impossibilidade moral da moralidade social ou da moralidade acadêmica; 
da palavra que pode ser pensada na sua relação teórica, sem ser presa pela teoria,
sem ser presa nas gaiolas dos protocolos;
vozes e mais vozes;
vozes.

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